Luciney Araújo (*)
O livro “Comunicações dos Espíritos – Umbanda, cultos regionais em Manaus e a dinâmica do transe mediúnico”, de Chester Gabriel, publicado no ano de 1984 pela Editora Loyola, é considerado um marco histórico para estudantes e pesquisadores das religiões de Matriz-africana na Cidade de Manaus. Abordando em uma linguagem etnográfica, o autor discorre sobre a existência e a importância da Umbanda no Amazonas.
Assim, através das narrativas, Chester Gabriel remete o leitor ao histórico umbandista no Brasil, apresentando suas raízes tanto africanas, como européias e indígenas. A proposta apresentada no livro tem seu marco ao apontar a existência de cultos mistos praticados na capital amazonense, apontando a importância desses cultos na resistência da cultura religiosa africana.
Chester Gabriel apresenta essa forma religiosa como marco na sociedade brasileira, documentando de forma pioneira no Estado do Amazonas os grupos de cultos existentes, seus barracões, suas sessões mediúnicas. Valorizando as praticas cultuais como um poderoso instrumento de comunicação e seu papel decisivo na configuração da Umbanda em Manaus na qual fora importante no registro desses cultos. Durante os dez meses em que o pesquisador freqüentou cerca de 28 casas de cultos tradicionais, na qual realizara entrevista, não apenas com sacerdotes e sim com várias pessoas que iam aos centros em busca de algum tipo de conforto espiritual.
Em seus primeiros capítulos, o autor apresenta a descrição de uma cerimônia umbandista em Manaus, apontando com detalhes as casas de culto e a riqueza em que essas cerimônias apresentam, seguindo de um resumo histórico da configuração, das origens e do desenvolvimento da Umbanda no Brasil, fazendo um paralelo com outras formas de culto mediúnico como o kardecismo e a pajelança. Apresentando também, um debate sobre os chamados cultos afros puros abordando uma discussão no estreitamento entre os escravos e o catolicismo e os cultos afros mistos cujas origens refletem na fusão predominante nos elementos misturados e que configura na Umbanda cultuada nos dias atuais.
A leitura detalhada da obra de Chester Gabriel aponta que a Umbanda existente em Manaus, é fruto dos cultos mistos, deixando uma lacuna sobre a real origem dos candomblés de nação, como os de Ketu e Angola.
Os capítulos seguintes dão conta de uma reconfiguração da Cidade de Manaus com o advento da zona franca, que geraria uma migração de pessoas oriundas dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro e que influenciaram e muito na difusão e no fortalecimento da Umbanda na cidade. Abordando fatores com que fazem que a Umbanda saia das periferias e começasse a se espalhar nos diversos bairros de Manaus.
A obra em pauta é leitura obrigatória a todos pesquisadores que se dedicam a entender o processo de formação e resistência das religiões de matriz-africana, Comunicações dos Espíritos – Umbanda, cultos regionais em Manaus e a dinâmica do transe mediúnico”, ainda hoje, passado quase 25 anos de sua publicação, é uma bibliografia de suma importância, e que deve ser consultada por todos aqueles que buscam compreender uma das verdadeiras historias de uma religião que para muitos continua marginalizada, mas que ao mesmo tempo fascina e mistifica seu universo religioso, guardando para poucos o verdadeiro sentido da religião tipicamente brasileira, que completara um século de existência e que preserva em sua essência os ensinamentos de fé e caridade.
(*) É pesquisador do NCPAM/UFAM e um dos especialistas nos estudos afro.
O livro “Comunicações dos Espíritos – Umbanda, cultos regionais em Manaus e a dinâmica do transe mediúnico”, de Chester Gabriel, publicado no ano de 1984 pela Editora Loyola, é considerado um marco histórico para estudantes e pesquisadores das religiões de Matriz-africana na Cidade de Manaus. Abordando em uma linguagem etnográfica, o autor discorre sobre a existência e a importância da Umbanda no Amazonas.
Assim, através das narrativas, Chester Gabriel remete o leitor ao histórico umbandista no Brasil, apresentando suas raízes tanto africanas, como européias e indígenas. A proposta apresentada no livro tem seu marco ao apontar a existência de cultos mistos praticados na capital amazonense, apontando a importância desses cultos na resistência da cultura religiosa africana.
Chester Gabriel apresenta essa forma religiosa como marco na sociedade brasileira, documentando de forma pioneira no Estado do Amazonas os grupos de cultos existentes, seus barracões, suas sessões mediúnicas. Valorizando as praticas cultuais como um poderoso instrumento de comunicação e seu papel decisivo na configuração da Umbanda em Manaus na qual fora importante no registro desses cultos. Durante os dez meses em que o pesquisador freqüentou cerca de 28 casas de cultos tradicionais, na qual realizara entrevista, não apenas com sacerdotes e sim com várias pessoas que iam aos centros em busca de algum tipo de conforto espiritual.
Em seus primeiros capítulos, o autor apresenta a descrição de uma cerimônia umbandista em Manaus, apontando com detalhes as casas de culto e a riqueza em que essas cerimônias apresentam, seguindo de um resumo histórico da configuração, das origens e do desenvolvimento da Umbanda no Brasil, fazendo um paralelo com outras formas de culto mediúnico como o kardecismo e a pajelança. Apresentando também, um debate sobre os chamados cultos afros puros abordando uma discussão no estreitamento entre os escravos e o catolicismo e os cultos afros mistos cujas origens refletem na fusão predominante nos elementos misturados e que configura na Umbanda cultuada nos dias atuais.
A leitura detalhada da obra de Chester Gabriel aponta que a Umbanda existente em Manaus, é fruto dos cultos mistos, deixando uma lacuna sobre a real origem dos candomblés de nação, como os de Ketu e Angola.
Os capítulos seguintes dão conta de uma reconfiguração da Cidade de Manaus com o advento da zona franca, que geraria uma migração de pessoas oriundas dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro e que influenciaram e muito na difusão e no fortalecimento da Umbanda na cidade. Abordando fatores com que fazem que a Umbanda saia das periferias e começasse a se espalhar nos diversos bairros de Manaus.
A obra em pauta é leitura obrigatória a todos pesquisadores que se dedicam a entender o processo de formação e resistência das religiões de matriz-africana, Comunicações dos Espíritos – Umbanda, cultos regionais em Manaus e a dinâmica do transe mediúnico”, ainda hoje, passado quase 25 anos de sua publicação, é uma bibliografia de suma importância, e que deve ser consultada por todos aqueles que buscam compreender uma das verdadeiras historias de uma religião que para muitos continua marginalizada, mas que ao mesmo tempo fascina e mistifica seu universo religioso, guardando para poucos o verdadeiro sentido da religião tipicamente brasileira, que completara um século de existência e que preserva em sua essência os ensinamentos de fé e caridade.
(*) É pesquisador do NCPAM/UFAM e um dos especialistas nos estudos afro.
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