segunda-feira, 30 de novembro de 2009

OCUPAÇÃO CRIMINOSA DA COLÔNIA ANTONIO ALEIXO

Elson de Melo (*)

No final da década de setenta eu um jovem Católico freqüentava a Colônia Antonio Aleixo para praticar caridade, achava que esse gesto era suficiente para alcançar a salvação no reino do céu, durante essas peregrinações, levávamos um pouco de conforto espiritual para os pacientes que habitava a Colônia ao mesmo tempo ouvíamos relatos da sua vida pessoal de como contraíram a hanseníase e do sistema de confinamento rígido que eram submetidos pelas Freiras que Administravam a Colônia.

Foi nesse período que a então primeira Dama do Estado Amini Lindoso patrocinou a instalação das Serrarias na comunidade 11 de Maio, como está acontecendo hoje com o Porto das Lajes também houve resistência, dentro do principio da solidariedade eu e meus companheiros nos integram na luta para que não fosse ali instalado aquele tipo de industria, lembro com saudade da bela paisagem do lago, a água pura onde tomávamos banho, os pescadores pescando no lago, o passeio de canoa, hoje, tudo isso é só lembrança, como prevíamos, tudo ficou poluído! A população tinha razão.

No último dia (23/10/2009) novamente em solidariedade participei de uma passeata em defesa do emprego de 500 (quinhentos) pais de família que ameaçados de perder os empregos, vitimados pela interdição das Serrarias patrocinada pelo IPAAM/IBAMA e executado pela Policia Federal, na passeata além de encontrar velhos amigos como Bravo Presidente do PC do B, constatei o quanto à população do Bairro é dependente das empresas em questão, mas, o que me chamou mais atenção foi à rejeição da empresa Sovel (fabrica de papel e papelão) acusada por comunitários de ser a maior poluidora do Lago por direcionar seu sistema de esgoto composto de produtos químicos usados na fabricação de papel, para dentro do Lago.

A principio, as informações colhidas através da imprensa davam conta que se tratava de uso de madeira ilegal os motivos para a interdição e prisão dos donos de Serrarias, porém, constatamos que o verdadeiro motivo foi o acumulo de resíduos de madeira no pátio e no lago, sobre esse fato, é preciso analisar a luz das políticas publicas do poder executivo Municipal, Estadual e Federal quanto o destino dos resíduos sólidos e principalmente os químicos direcionados para os igarapés, lagos e rios que cortam a cidade, de todas as empresas aqui instaladas principalmente as do Distrito Industrial, onde constatamos de imediato que nenhuma dessas instancias possuem um programa de Gerenciamento dos resíduos (lixo) sólidos de qualquer espécie para a Cidade.


Nesse particular a eficiente Força Tarefa composta pelo Ministério Publico, IPAAM, IBAMA, POLICIA FEDERAL devem uma explicação. Por que até o presente momento ainda sequer recomendaram essa medida ou outras aos poderes executivos mencionados? Não tenho a pretensão de fazer um juízo de valor, porém, ouve um tratamento diferenciado as empresas que em tese cometem as mesmas infrações, ou seja, poluem o Lago! Enquanto os donos de Serrarias eram conduzidos algemados sobre os holofotes da Imprensa até a Penitenciaria, os donos da Sovel eram agraciados com uma notificação dando um prazo de 180 dias para se adequarem à legislação.

Mas não é apenas isso, o Governo do Estado, é detentor na Estrada do Aleixo de um lixão que serve para depositar os resíduos oriundos do Prosamim, constrói um o conjunto habitacional Presidente Lula onde todos os resíduos estão direcionados para a nascente do lago do Aleixo, a fabrica de Cimento polui há trinta anos o solo, os Igarapés e o ar naquela região e os fiscais sequer notificam, por fim o IPAAM pretende conceder licença para o Complexo Portuário das Lajes sem considerar os impactos que na década de setenta denunciávamos quando da implantação do pólo madeireiro naquela região, e hoje com as ações implementadas, eles mesmos reconhecem ser prejudicial ao ambiente daquela região, passando por cima de toda a fisiologia da cidade, ignorando a área de Preservação do Parque Sauim Castanheira, o parque arqueológico e a opinião dos comunitários.

Assim, estamos diante de uma seqüência de fatores no mínimo estranhos! Assim alertamos aos comunitários que não se deixem iludir com o festival de promessas que a empresa articuladora do complexo vem fazendo através da mídia e das constantes tentativas de persuasão da comunidade. Vamos manter a vigilacia.

(*) É sindicalista e editor http://luctasocial.blogspot.com/

Um comentário:

Rodrigo Edwards disse...

É um absurdo, lutemos juntos contra este crime ambiental que é a construção desse porto.