terça-feira, 28 de setembro de 2010

KATLEN E JOÃO BOSCO: CANTO E POESIA

Ellza Souza (*)

Katlen Nascimento, nascida em Manaus mas bem criada em Carauari, um lugar distante da capital do Amazonas. Voltou há cinco anos e resolveu soltar a voz, afinadíssima como poucas. No pré show do João Bosco, Katlen mostrou estar à altura de qualquer bom profissional da música. Esse era um dia especial para a cantora pois havia recebido o título de melhor intérprete de 2010 no I Festival de Música em Manaus.

Katlen e João Bosco apresentam um mesmo perfil. Claro que o João tem muito mais experiência. Ele com uma carreira consolidada e ela iniciando com êxito e competência a sua vida artística. Os dois interpretam, compõem e em momento algum, no palco, esboçam qualquer tipo de rebolado. A cantora se porta como uma consagrada diva onde o que importa no momento de sua apresentação, é a sua voz e a poesia de sua canção.

O cantor tem uma banda que dá um show à parte mas quando solta a voz com o violão e pouco acompanhamento, sua musicalidade e o potencial vocal, destacam-se mais intensamente. Katlen cantou meia hora e João mais de uma hora. No final, os aplausos foram tantos e insistentes que os músicos e o João voltaram ao palco e sob o delírio da platéia cantou ainda Papel Marchê e outras três músicas de sucesso.

Durante o show torcia para que João Bosco cantasse “Corsário”, uma linda música que ouvi pela primeira vez na voz de Zezinho Corrêa e logo me apaixonei por ela. Inesperadamente saiu a canção na voz de seu intérprete mais famoso. Só isso já valeu a noite.

Durante a apresentação dos dois cantores ficava “matutando” como músicos com vozes tão lindas e que fazem músicas tão belas não vemos na televisão. Não dá audiência? O povo não gosta porque não conhece. Músicas como “Águias” de Katlen e “Corsário” do João, são para a TV, rádio, show ao vivo. São músicas universais e eternas. Nunca serão produtos para consumo imediato. Parabéns Katlen, sua voz e simplicidade encantaram a todos. Lá fora, como um sinal alvissareiro, a lua se mostrava imensa e eternamente dourada na escura e quente noite de verão.

(*) É joranalistas e colaboradora do NCPAM/UFAM.

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