quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O LUGAR DA JUVENTUDE

Matéria publicada na edição de ontem de A Crítica não apenas coloca em evidência o potencial que representam os jovens eleitores (jovens - 16/24 anos - representam mais 452 mil eleitores, o que significa 22,3% do total de 2.030.549 eleitores no Amazonas). Mas expõe um dos segmentos da população brasileira que tem sido historicamente deixada de lado nas ações públicas. Nos últimos anos, alguns esforços foram realizados no sentido de instituir um lugar para os jovens do Brasil.

Mais recentemente, a partir de 2004, o País tenta, com enorme dificuldade, construir políticas públicas para os jovens. As conferências da juventude são o campo das primeiras manifestações mais coletivas pensando em um agir capaz de pressionar para a tomada de posição por parte dos poderes instituídos.

Muitas propostas foram feitas e hoje integram documentos importantes que transitam principalmente no âmbito dos governos. É importante que esses documentos se tornem de conhecimento público, o mais amplamente possível a fim de que os jovens, engajados ou não, na área rural ou urbana, saibam o que está sendo proposto para eles. E se posicionem.

Políticas públicas pra a juventude é tradução de desenvolvimento planejado, pensado estrategicamente. O segmento abrange um elenco de serviço público que, se contemplados, vão inserir os jovens e espalhar benefícios para a maioria da população porque vai se refletir numa nova postura dos direitos da pessoa e numa outra compreensão sobre o lugar onde se vive e se mora.

Por que pensar em propostas que incluam de fato a população jovem? Parece evidente o papel fundamental da juventude no destino de um país. Nela estão depositadas as maiores apostas, a esperança em nome do melhor para a humanidade. É a continuidade.

Quando se olhar os planos da maioria dos candidatos do Governo do Estado, aqueles registrados na Justiça Eleitora, o lugar da juventude é menor, quase inexistente, confirmando a pouca importância dessa população nas propostas pretendidas como um compromisso a ser honrado por quem for eleito.

Tais indicadores advertem para a necessidade de a sociedade civil organizada trabalhar para garantir aos jovens o espaço de participação na vida brasileira não como tutelados e sim sujeito da história. Esta é uma página que não pode mais continuar com espaços vazios. Deve ser escrita por inteiro em letras coloridas e fortes.

Fonte: Editorial de A Crítica, de 01 de setembro de 2010.

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