Ellza Souza (*)
Entrei na livraria Valer e fiquei encantada ao ver duas crianças sentadas em pequenos bancos com livros na mão. Não resisti e me aproximei deles. Perguntei seus nomes e idade. Maria Luiza, 9 anos e o menino cujo nome não lembro, 7. Irmãos, os dois se encontravam ali com o seu pai. Depois de um tempo sentei ao lado da garotinha que não largava o seu livro e lhe fiz algumas perguntas. Estava curiosa pelo interesse daquela menina pela leitura. “Posso lhe fazer umas perguntas”? “O que mais a atrai num livro”? “Como deve ser um bom livro para você”?
O menino já tinha saído do banquinho e aproveitei para sentar ao lado da pequena leitora pois queria ouvir atentamente as suas respostas. Fervia de curiosidade. Deve ser muito bom para o autor de obras infantis, hoje em dia, despertar nas crianças essa vontade de ler um livro. A Maria Luiza, menina meiga e observadora, não fugiu de nenhuma das poucas perguntas que lhe fiz. E respondeu com propriedade a todas. A garota me disse que gosta muito de ler e folhear um livro. Ela tinha nas mãos a obra da escritora amazonense Ana Peixoto, “Histórias de bichos da Amazônia” e lia de verdade cada uma de suas páginas.
A garota me falou que gosta do texto e das ilustrações mas ela prefere muito mais a leitura do texto sem os desenhos. Fiquei intrigada e a menina me deu a seguinte explicação: “Gosto de ler e imaginar os personagens e a história”. Encerrei aí a minha pequena entrevista. Estava satisfeita por encontrar numa manhã de sábado uma criança que ainda prefere imaginar, fantasiar, sonhar, matutar como diz o caboco. No livro, precisamos decifrar as letras e idéias mas o principal para Maria Luiza é criar a sua própria história.
(*) É jornalista e colaboradora do NCPAM/UFAM.
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