quinta-feira, 9 de setembro de 2010

MILHÕES, BILHÕES, TRILHÕES E O POVO VAI MAL

Elza Souza (*)

São milhões, bilhões e trilhões, o mundo está bem de grana. Hoje é moda (em outros países, claro) repartir suas riquezas. Amontoadores de grandes fortunas estão dando um rumo, para parte do dinheiro acumulado, ainda em vida. Esse Bill Gates é inteligente mesmo. Não pelo que ganhou ao longo da vida mas jovem ainda, está sabendo o que fazer com seu dinheiro. Ele mesmo escolheu enquanto é tempo, como gastar sua imensa fortuna, destinando parte dela a entidades confiáveis de ajuda humanitária. No cemitério não teria essa chance.

No Brasil, a toda hora ouvimos as notícias de que o país vai bem e que os ricos aumentaram e os pobres diminuíram. Na minha opinião, no macro e no mico, o Brasil vai muito mal. Não observo uma riqueza real, de prosperidade, de desenvolvimento, de pujança, de conhecimento. O que vejo é uma degradação da sociedade, principalmente os mais carentes que continuam carentes dos serviços que o Estado tem a obrigação de lhes oferecer como ensino, transporte, saúde, lazer, calçadas, alimentação de qualidade, justiça eficiente. Quem ama cuida e as propagandas entoam esse jingle de “meu povo, minha vida” e abraços correm soltos nessa época. No entanto, não vejo isso. A população está nas mãos dos maus políticos e cada vez mais implora por uma esmola. E fica feliz com isso.

O problema é que tanto a riqueza como a pobreza podem levar ao fim. A pobreza pelas dificuldades que proporciona e pela ignorância. O mundo é feito de lutas e a vida de um ser humano é muito curta. Precisamos trabalhar mente e braços para não entrevar as células. A riqueza exacerbada, aquela conseguida a qualquer custo, desnecessária, é até ridícula. Riqueza traz consumo por coisas que usadas vão ser jogadas ao relento, em prejuízo do planeta que é a nossa verdadeira casa Riqueza ou pobreza, o que importa é o equilíbrio.

No mundo as desgraças continuam acontecendo, principalmente entre os mais pobres. Quem se lembra do Haiti? A televisão não fala mas o país continua com problemas gigantescos após o terremoto. Enquanto estava na televisão (oh mania danada de aparecer) muita gente se manifestou para ajudar. Alguns milhões foram prometidos. Desses ninguém sabe o que realmente chegou à população. Não adianta uma parte do mundo ser rica e a outra extremamente pobre. A humanidade é uma só. E a pobreza vai contaminar a todos. O ser humano, que almeja chegar à lua e a outros planetas, não consegue cuidar de sua existência aqui na terra de maneira pacífica e equilibrada. O Paquistão agora chora suas desgraças e não tem milhões e trilhões que resolvam seus problemas. O dinheiro existe e está sobrando. O grande problema é a honestidade das pessoas, a corrupção, que na surdina, desviam as doações para si. E nunca, nunca mesmo, chega a quem precisa de fato.

Pelo tipo de candidato a político que teremos nessa eleição podemos imaginar o futuro do Brasil e do mundo. Nada contra cantor, apresentador, mulher fruta, o problema é de currículo, de ficha idônea e de competência para o cargo. Que os ricos continuem a fazer a distribuição de suas riquezas mas espero muito e rogo ao Senhor que a humanidade consiga raciocinar que é o seu próprio rabo que está em jogo.

(*) É jornalista e estudiosa da Cutura do Amazonas.

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