sábado, 10 de outubro de 2009

AMAZÔNIA E A RESPONSABILIDADE DE SEUS GOVERNANTES


Duas matérias publicadas pela revista Planeta, no dia 1º, sobre a Amazônia, foram comentadas, da tribuna do Senado, por Arthur Neto (PSDB-AM), que as considerou excelentes e pediu sua anexação aos arquivos da Casa. A primeira, sob o título de "As duas Amazônias - uma, real; a outra, fantasia", de autoria de Evanildo da Silveira; a segunda, denominada "O cerco se fecha - Como se organiza o movimento que quer o controle internacional da Amazônia", assinada por Eduardo Arraia.

Para o senador amazonense, elas se completam. A última tem por foco a Cúpula do Clima, a realizar-se em dezembro, em Copenhague. A Amazônia estará no centro das discussões devido ao avanço do aquecimento global. E o Brasil poderá não estar em posição confortável. A representante das Nações Unidas para o Clima, Gro Harlem Brundtland - observa a matéria - declarou que o Brasil precisa se conscientizar de que tem uma responsabilidade internacional. Já o Secretário-Geral da ONU, Ban Kimoon, foi mais explícito ao dizer que "são muito sérios" os mais recentes dados sobre desmatamento.

O autor da reportagem registra ter o presidente Lula declarado à Agência France Presse que "o Brasil não fugirá da responsabilidade de, na Cúpula do Clima, em Copenhague, discutir metas", acrescentando que o País tem a "obrigação moral de diminuir o desmatamento na Amazônia".

Belas palavras, disse Arthur Neto, mas, como o repórter observa, o presidente "deu pistas de que a argumentação nacional não mudará muito, mesmo com o incômodo quarto lugar no ranking da poluição". É aí, a seu ver, que essa matéria é complementada pela outra, de Evanildo da Silveira. "Ele mostra - prosseguiu - haver duas Amazônias. Uma é a da fantasia, que desperta muita simpatia - da parte de quem pouco a conhece - ao redor do mundo e dentro de nossas fronteiras. A outra é a da realidade, a que sofre desmatamento, a que não conta até hoje com um modelo consequente que lhe oriente a exploração".

A matéria transcreve, então, declarações do presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas, Odenildo Sena; do biólogo norte-americano Charles Clement, do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA), que está há 30 anos no Brasil; do pesquisador do mesmo Instituto, o biólogo Efrem Ferreira; e do diretor do INPA, Adalberto Luís Val. Todos afirmando haver mais atenção e recursos para pesquisas que possam levar ao desenvolvimento sustentável da Amazônia.

Odenildo Sena diz haver "enorme distância entre essa Amazônia fantasiada pelo Brasil e pelo mundo afora e a em que vivemos e que queremos". "Na verdade - acrescenta - há duas Amazônias: aquela da fantasia, que serve à retórica e ao marketing e da qual estou extremamente cansado, e a real, que demanda ações verticalizadas e urgentes e da qual fazem parte 21,9 milhões de almas".

"Nem preciso dizer que estou de pleno acordo com ele", frisou Arthur Neto. "Há falta de definição de uma política séria para a região. Tenho falado muito disso aqui desta tribuna e onde mais sou chamado a discorrer sobre a Amazônia. Há consenso quanto a ela possuir imensa riqueza potencial. Porém, não existe caminho traçado para a sua exploração."

Arthur Neto é candidato a reeleição e possivelmente terá como opositor o atual governador do Amazonas, Eduardo Braga (PMDB), na pauta de discussão das eleições 2010a questão relevante é a responsabilidade de se proteger Amazônia de forma sustentável e justa para a presente e futura gerações, não mais no plano da fantasia delirante, mas que responda a qualidade de vida da gente aguerrida que nela vive.

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