terça-feira, 27 de outubro de 2009

VIOLAÇÃO DE UM DOS SÍMBOLOS DO ESTADO


Embora considerem de mau gosto as cores da nossa Bandeira por não representar simbolicamente o espírito do seu povo quanto à sua diversidade cultural e muito menos expressem a riqueza de seu território espelhado no verde Amazônico, no horizonte e nas águas dos grandes Rios Negro e Solimões com seus tributários, a Bandeira é um símbolo cívico e identitário, que agrega em si a unidade de uma nação, de um povo e de uma pátria.

Além dessa função política unitária que assegura o domínio de um solo natal, a Bandeira é, sobretudo, uma criação humana, simbólica, que só os homens são capazes de edificar como manifestação da vontade geral do povo.

Por isso, nada justifica a determinação do Poder Público prensar nas calçadas dos arredores do igarapé do Coroado – bairro periférico da Zona Leste de Manaus – a Bandeira do Amazonas para que seja pisada pelo povo. Os entrevistados afirmam que foi ordem do governador do Estado para que os moradores saibam que a obra foi feita pelo Governo e não pela Prefeitura. Nada mesmo justifica tal insanidade contra um dos ícones do povo.

O ato do Poder Público do Amazonas assemelha-se as práticas coloniais, quando no passado destruíam as grandes malocas para edificar em seu lugar as Igrejas, assim como fizeram também com os terreiros sagrados do povo do santo, onde os negros e seus descendentes celebravam a comunhão com os seus deuses afros.

Ora, se esses insanos neocoloniais, consciente ou inconscientemente, violam a Bandeira do povo do Amazonas, imaginem o que não fariam com a floresta e seus recursos ambientais se não contassem com a força da imprensa e dos grupos de pressão local e internacional articulados com as organizações sociais e outros movimentos capazes de agregar força para barrar a irresponsabilidade desses governantes, que cada vez mais se parecem com um lobo em pele cordeiro por depredar cada vez mais patrimônio público.

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