sexta-feira, 16 de outubro de 2009

AMAZÔNIA EM PAUTA NO FÓRUM DAS NAÇÕES


No final deste ano, na Dinamarca, o mundo se reunirá na COP 15, quando as práticas econômicas serão reavaliadas diante de um prisma que está sendo demandado por todos os povos do planeta, diante das agressivas mudanças que desequilibram o clima mundial, ameaçando as formas de vida na terra.

O modelo estabelecido que rege as relações dominantes quanto à racionalidade de exploração dos recursos naturais, certamente, serão questionados e agregados a isso, os formuladores da política sustentáveis irão enfrentar também grandes dificuldades políticas e de resistência cultural que permeiam as iniciativas de se estabelecer novas formas de desenvolvimento pautadas no agronegócio, na logística de transporte, no aproveitamento dos resíduos, entre outras.

Conceber e formular uma nova modalidade para os eixos amazônicos é uma demanda estratégica que o futuro nos cobra porque, em primeiro lugar, a dependência de combustível de origem fóssil e de modais que valorizem o uso destes em detrimento de um outro sistema “limpo”, vão de encontro à demanda mundial em discussão nos Fóruns multilaterais sobre as políticas de responsabilidade ambientais dos Estados signatários e das corporações internacionais alinhadas com as ações estruturantes da Organização das Nações Unidas.

Assim sendo, o licenciamento para asfaltar uma rodovia no bioma Amazônia depende não só da vontade política de governos e burocratas ou da ânsia de empresários bem intencionados, ou mesmo de grupos da sociedade civil organizados, mas sim, de fatos que verdadeiramente qualifiquem o modal e a própria tomada de decisão relativa ao futuro do homem no planeta, garantindo a proteção e conservação da especificidade desse bioma.

Entende-se que o modelo de transporte em questão, ou seja, o modal, não pode ser reduzido em interesse político paroquial centrado no comportamento pré-estabelecido, ancorado na lógica da acumulação primitiva do capital promotora da pilhagem e do saque fundamentada ainda, numa prática neocolonial. Não, os Estados e as Corporações empresariais há muito estão sendo chamados a repensarem suas práticas sob pena de sofrerem retaliações e outras formas de controle das exportações de seus produtos no mercado de bens de consumo internacional.

Queiramos ou não, a Amazônia faz parte desse processo multilateral e as decisões de seus governantes devem está alinhadas com as tratativas internacionais. Em contrapartida, é importante também definir urgentemente as práticas compensatórias que beneficiem diretamente os povos da floresta, que são na verdade, as muralhas protecionistas desse bioma na diversidade.

A análise apresentada resulta do Fórum de discussão que o editor do NCPAM participou na noite de ontem (15) sob a coordenação da Dra. Elisa Wandelli, contando com a participação de Pedro Protasio, jornalista e mestre em Gestão Ambiental. Contudo, a nossa editoria assume a responsabilidade da postagem por não ter consultados em tempo os interlocutores quanto à publicação.

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