segunda-feira, 19 de outubro de 2009

ARCEBISPO DE MANAUS VAI TER DE SE EXPLICAR NA POLÍCIA

A crônica policial não pode ser renegada a sesta seção da lixeira das redações. Ora, assim como as colunas sociais (comportamentais) e as editorias de política e economia, merece também toda atenção dos analistas do cotidiano de uma cidade perturbada por assaltos, crimes, corrupção, estupros, roubos e furtos, entre outros.

E a polícia de Manaus, perturbada mais ainda, não consegue desvendar seus autores, como no caso da execução do padre italiano Ruggero Ruvoletto, que depois de um mês, a perícia constatou alteração na cena do crime, deixando crer que o Arcebispo de Manaus, Dom Luiz Soares Vieira é um dos cúmplices, tendo que se explicar na polícia.

A matéria de A Crítica (19) é assinada pela exímia jornalista Joana Queiroz, que se reporta também a realização da missa de ontem (18), na paróquia Imaculada Coração de Maria, onde o padre Ruvoletto trabalhava no bairro Santa Etelvina, Zona Norte de Manaus, momento da celebração em que os fiéis fizeram uma homenagem ao padre, ofertando a toalha de banho dele suja de sangue e as sandálias que calçava no dia de seu assassinato.

Passado 30 dias do assassinato do padre italiano, o inquérito será encaminhado à Justiça com a autoria desconhecida e já com um pedido de baixa para que a polícia dê continuidade às investigações, segundo informou o delegado geral Mário César Nunes. Um dos motivos, segundo o delegado-geral, que dificultou as investigações foi a alteração da cena do crime. O corpo do padre foi mexido. Pelo menos a cabeça dele foi virada para um lado diferente do qual repousou, após o tiro.

Segundo essa autoridade policial do Amazonas, com a cena do crime desfeita, ação da perícia técnica e o resultado final desta será diferente do verdadeiro. Antes de avisar a polícia de que havia um homicídio no local, os amigos da vítima telefonaram para o arcebispo de Manaus, Dom Luiz Soares Vieira e para pessoas da comunidade.Eles chegaram ao local antes da polícia.

O fato é que até o momento, a polícia ainda não conseguiu identificar a natureza do crime, se foi somente homicídio ou latrocínio (assalto seguido de morte), porque não houve arrombamento da porta do quarto do padre e não ficou comprovado se houve o roubo de algum objeto da casa.

Atônita a polícia de Manaus, não encontrando o suposto assassino recorre ao bispo, buscando uma solução que seja socialmente aceita à revelia da Justiça e do bom senso. Para os analistas do fato os holofotes se voltam para postura da Igreja no Amazonas e, em particular, a conduta do arcebispo de Manaus, Dom Luiz Soares Vieira quanto à apuração desse crime, contanto que não caia na lista dos esquecidos como outros mais e que se faça justiça, combatendo a omissão, a conveniência e a impunidade.

Um comentário:

elcardozo disse...

Ola
Será que após o "acordo do vaticano" o bispo terá imunidade parlamentar?
Curiosamente em casos que envolve o alto clero, os acordos com os governos, atuam.
Caso dos EUA. Um super bispo com envolvimento em pedofilia...foi ser secretário no vaticano.
Caso 2, Venezuela. Uma autoridade eclesiástica envolvida no golpe contra o Pres. Chaves, continuou imune as leis dos pobres mortais.
Caso 3. Honduras, a igreja aprovou o golpe e explicou porque, num blog do vaticano
Caso 4...5...6..
Obrigado
evaldo/59
Curitiba