quinta-feira, 6 de agosto de 2009

IPHAN VAI PEDIR TOMBAMENTO DO ENCONTRO DAS ÁGUAS



Elaíze farias
Direção regional do instituto diz que são grandes as chances de o local ser considerado patrimônio cultural e natural do Brasil. Na próxima semana, a superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Amazonas envia o pedido de reconhecimento de patrimônio à direção do órgão, em Brasília. O superintendente André Bazanela disse que as chances de o Encontro das Águas ser considerado um patrimônio cultural e natural são grandes.

“Quando o processo chegar em Brasília, ele já estará provisoriamente tombado”, disse o superintendente. O pedido vai ser analisado pelo Departamento do Patrimônio Imaterial e, posteriormente, pelo Conselho Consultivo do Iphan.

O passo seguinte é que o Encontro das Águas seja reconhecido como Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco, órgão das Nações Unidas. O superintendente do Iphan no Amazonas disse que o pedido de reconhecimento é um projeto antigo do órgão.

“O Encontro das Águas é um lugar notável de excepcional valor cultural, paisagístico e histórico. Está em várias ‘marcas’ da identidade amazonense e se faz presente em depoimentos históricos e literários, além de ser citado em diferentes momentos da cultura brasileira. É um símbolo da Amazônia. Eu nunca ouvi falar de um encontro entre águas barrentas e pretas no mundo que não se misturam”, disse Bazanela.

Nessa semana, o Iphan finaliza a instrução do processo, que ainda não foi concluído devido ao pequeno corpo técnico do órgão. A instrução reúne documentos que justificavam a necessidade de reconhecimento do local como patrimônio cultural e natural. “Vamos mandar históricos, narrativas, fotos, enfim, provas que atestem o valor de um bem”, disse o superintendente.

Os técnicos do órgão também estão definindo o perímetro da extensão a ser tombada pelo Iphan. Preliminarmente, a área vai dar margens do rio Negro, em Manaus, pegando Careiro e Iranduba.

INTERVENÇÕES

Sob a proteção do tombamento, o Encontro das Águas só poderá receber intervenções que não interfiram na visibilidade do local e que possam causar degradação na área “Uma das argumentações contra o tombamento é que o local já foi muito atacado. Acontece que um erro não justifica o outro. Você pode realizar o tombamento para reverter isso. O tombamento visa resguardar para as gerações futuras. Quando Ouro Preto (MG) foi tombada, muitas casas já estavam caindo”, explicou.


Fonte: Jornal Acrítica do dia 6 de agosto de 2009

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