A Organização dos Estados Americanos (OEA) anunciou a retomada das atividades diplomáticas para tentar restabelecer o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, no cargo.
O Conselho Permanente da OEA autorizou, na quarta-feira, que o secretário-geral da entidade, José Miguel Insulza (foto ao lado), forme uma comissão de chanceleres.
A comissão viajaria para Honduras na tentativa de obter um compromisso do governo interino do país, liderado por Roberto Micheletti, para adotar o Acordo de San José, proposto pelo presidente da Costa Rica, Oscar Arias.
O plano não foi aceito em negociações no mês passado. O secretário-geral da OEA nega que a nova iniciativa seja uma mudança de estratégia."Esta iniciativa não é uma mudança, é uma continuação do que já se estava fazendo, assim espero que a comissão seja bem recebida e que possamos avançar", disse Insulza.
Zelaya em Washington
No entanto, ainda falta definir quais ministros formariam a comissão de chanceleres e é preciso saber se Micheletti estaria disposto a recebê-los.
"Agora cabe a mim formar a comissão. Buscar os nomes, conversar com os chanceleres, buscar um equilíbrio, inclusive um equilíbrio das datas, porque se trata de pessoas bastante ocupadas", disse Insulza.
Entre os diplomatas baseados em Washington, acredita-se que uma comissão como esta possa destravar os diálogos em Honduras, dependendo de quem for convidado para integrá-la.
No entanto, uma fonte da OEA disse à BBC que "do diálogo até um acordo existe uma distância" e que o governo interino hondurenho poderia usar esta nova iniciativa apenas para "ganhar tempo".
Estes analistas acreditam que Micheletti está esperando por novembro, quando serão realizadas novas eleições. Segundo os especialistas, Micheletti acredita que um novo governo contaria com o respaldo da comunidade internacional.
Muitos governos da região e a própria OEA, entretanto, já anunciaram que não reconhecerão as autoridades eleitas neste processo.
Fontes da embaixada de Honduras em Washington disseram à BBC que Zelaya pode viajar aos Estados Unidos nos próximos dias. Não está claro se ele seria recebido por alguma autoridade americana.
A Casa Branca reconhece Zelaya como presidente legítimo de Honduras e apoiou
medida de suspensão do país da OEA após o golpe, mas há sinais de que o governo americano não está fazendo tudo que poderia para garantir o retorno do presidente deposto a Tegucigalpa.
Fonte: BBC Brasil
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