sexta-feira, 21 de agosto de 2009

PMDB NA ÁREA

Essa habilidade (estar sempre no lado vitorioso) traz problemas quando pensamos o que esta agremiação projeta para o país. Na hora de distribuição de cargos, todos se habilitam, perdedores ou vencedores. E, qual o real projeto desse partido para o país?

*Gilson Gil

Realmente, não é fácil entender o PMDB. Quando Sarney e Renan mais aprontam e são apatacadas pela mídia, eis que Michel Temmer afirma que o PMDB quer a vaga de vice na chapa governista em 2010.

No momento em que se poderia pensar que esse partido estaria mais quebrado e desarranjado, ele surge com toda vivacidade, pleiteando um importante lugar na montagem das próximas eleições, especialmente (temos que ser realistas) quando a candidata chapa branca sofre uma doença séria, com real risco de morte.

O PMDB faz isso porque compreende sua importância na política brasileira atual. Abdicou, há anos, da pretensão de se expor em uma candidatura majoritária. Prefere, conscientemente, disputar estados e municípios, tanto no executivo quando no legislativo, sem possuir lideres/donos nacionais, apenas regionais. É um partido muito próximo ao modelo dos antigos partidos da republica velha, porém, com estonteante eficácia pós-eleitoral.

É interessante como ele faz isso, pleitear cargos abertamente, sem demonstrar qualquer tipo de projeto de país. Perdendo ou ganhando, tanto faz. Sabemos todos que ele virá, pouco após os resultados serem proclamados, exigindo a sua parte.

Por um lado, o PMDB mostra mais abertura do que outros partidos, pois o famoso “centralismo democrático” nele não conta. Pelo contrário sua dispersão aparente faz com que sempre exista um peemedebista em alguma coligação, ou seja, um membro do PMDB vencedor, não importa a chapa que vença.

Essa habilidade (estar sempre no lado vitorioso) traz problemas quando pensamos o que esta agremiação projeta para o país. Na hora de distribuição de cargos, todos se habilitam, perdedores ou vencedores. E, qual o real projeto desse partido para o país?

Os partidos da primeira república sofriam desse problema: ausência de uma visão nacional, lacuna preenchida por Getulio Vargas, UDN, PTB, PSB, após 1930 e 1945. É difícil também, ver que a esquerda, tão zelosa de suas ideologia, acabara por aderir a esse tipo de política do PMDB, fazendo chapa com alguma de suas facções. Qual será o segredo desse partido?

É hora dos analistas olharem seu caso com mais carinho e menos hipocrisia moralista. A sobrevivência dos seus quadros é espantosa. Sua capacidade de se metamorfosear é fascinante. Se, em termos de idéias, sua plasticidade deixa a desejar, é forçoso admitir que seus resultados são incontestáveis. Serra, Dilma, Aécio, Ciro ou Marina? Não importa o nome. O PMDB ta na área, se derrubar é pênalti.

*Mestre em filosofia, doutor em sociologia e coordenador do curso de ciência política da UEA.

Um comentário:

Anônimo disse...

PMDB Á PROSTITUTA DE LULA