sexta-feira, 21 de agosto de 2009

ADEMIR RAMOS E A “SÍNDROME DO PORTO DAS LAJES”



Antropólogo e professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Ademir Ramos é um dos intelectuais mais destacados do Amazonas. Atualmente coordena o Núcleo de Cultura Política (NCPAM/UFAM) e é membro ativo do Movimento S.O.S Encontro das Águas articulado com sociedade civil organizada em defesa do sítio arqueológico das Lajes e do Encontro das Águas. O professor Ademir é um dos protagonistas da luta contra a construção do Terminal Portuário das Lajes. A entrevista concedida ao professor Tenório Telles, responsável pela Editora Valer, foi publicada nessa sexta-feira (21), pelo jornal Em Tempo de Manaus (E/8).

Qual o significado e importância da Ponta das Lajes para Manaus?

Ademir Ramos: É uma província arqueológica que muito significa para a formação e compreensão da história da humanidade, segundo garante a Academia de Ciência do Brasil.

Em que momento e por que as comunidades do entorno da área começaram a se mobilizar para impedir a construção do terminal portuário?

Ramos: Os comunitários foram tomados pela síndrome do Porto das Lajes. Pois, a Log-In Logística Intermodal S/A articulada com empreiteiros do Amazonas resolveram construir um Porto nas Imediações do Encontro das Águas.

Os defensores do projeto defendem que a obra geraria emprego e renda para a população, e, além do mais, Manaus precisa de um novo porto. Como se colocar contra esses argumentos?

Ramos: Sem dúvida precisa-se de um Porto e o nosso movimento não é contra gratuitamente, somos contra em defesa do Encontro das Águas e dos sítios arqueológicos das Lajes.

Há alguma proposta alternativa em relação a essa discussão sobre a construção do porto? O que fazer para transformar a Ponta das Lajes num espaço protegido e à disposição da população?

Ramos: A proposta dos empreendedores é inviabilizada por eles mesmos. Pois, deve-se buscar outro lugar... menos no Encontro das Águas. Por isso, estamos empenhados em transformar esse símbolo no Patrimônio Cultural e Natural da humanidade, processo em curso no Ministério da Cultura, provocado pelo senador João Pedro (PT/AM).

Como tem sido o diálogo com os defensores do terminal e os representantes da empresa responsável pelo projeto?

Ramos: A interlocução tem sido mediada pelos argumentos científicos, baseado nos Estudos de Impacto Ambiental e seu respectivo Relatório (EIA/RIMA), onde os pesquisadores contratados pela empresa mostram a fragilidade do empreendimento.

Atualmente como está o processo referente à construção do Porto das Lajes?

Ramos: A obra deve ser licenciada pelo IPAAM. Mas, o EIA/RIMA é contestado pelo Ministério Público Estadual, pela Ufam, pela Comissão do Meio Ambiente da Assembléia Legislativa e principalmente pelos comunitários, que são os protagonistas da segunda Audiência Pública por acontecer.

Foto: Antonio Lima

2 comentários:

Anônimo disse...

Um idiota

Anônimo disse...

este professor é mais um contra a cultura indigena e contra a amazonia , estudou tanto pra ser boneco das ONGs em nosso pais