quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

O BEM BOM DA VIDA E AS VEREDAS POLÍTICAS DA LIBERDADE

Para tirá-lo do perigo não há caminho senão o que vamos percorrendo.
Dante Alighieri

Por Ademir Ramos (*)

A todos e todas um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo com discernimento e compromisso, são os votos do NCPAM.

A condição humana é marcada por vícios, virtudes e encantamento. O vício é múltiplo e se múltipla com facilidade em tecido social dos mais diversos, gerando dor horrenda para uns enquanto outros, assim como aves de rapina, alimentam-se do sofrimento dos desgraçados, construindo castelos de areia no mundo movediço das relações políticas mercantis.

As virtudes, por sua vez, são instituídas para orientar os homens em sociedade quanto à construção do “reino da liberdade” à luz do Direito e da consecução da Justiça, na perspectiva do estatuto do homem, pautado nas culturas e no desenvolvimento cognitivo dos protagonistas da história.

Nesse processo, os homens embriagam-se tanto pelo vício quanto pela virtude, tentando defini-los como instrumento de dominação ou liberdade, criando valores e regras hegemônicas, movendo interesses, sonhos e corrupção.

Nessa fronteira concorrente, invisível, os homens constroem veredas que permitem alçar vôos montanhosos às vezes distanciando-se do mundo para conformação de sua inquietude existencial. Outras vezes, desvelam o fetiche e desabam da montanha do encantamento, transformando-se em militante da condição humana por arrebatar dos poderosos a espada da Justiça, conclamando os demais para lutarem contra a desigualdade social e o fosso da indignidade onde se encontram a maioria dos homens ardendo em desejo de serem resgatados para a vida.

O salto a se dar exige determinação e coragem porque os alienados encontram-se embrutecidos socialmente, esperando que tudo aconteça de forma mágica, arrebatando a todos para o mundo das encantarias por meio de lideranças carismáticas, que tudo prometem no calor das lutas sem resolução objetiva dos fatos.

Nessa circunstância, não há caminho a ser percorrido que não seja o da política. A relevância da ação requer que se defina comportamento estruturante ancorado em instrumentos capazes de impulsionar os homens para garantir seus direitos fundamentais com acesso às políticas públicas referentes à saúde, educação, segurança, habitação, cultura, empregabilidade entre outras.

Na Democracia, o levante da cidadania fundamenta-se nas estratégias de mobilização, fazendo crer que todos somos capazes de mediar às lutas sociais, promovendo participação, organização, transparência e controle social. Nesse embate, é importante que, sinergicamente, opere entre os homens confiança, credibilidade e respeito valores que sirvam de marcos reguladores no curso das ações das lutas contra os exploradores, corruptos, aduladores e saqueadores da riqueza do povo.

O cenário por excelência dessa disputa são as eleições. Momento oportuno para que a sociedade organizada, sob a direção do movimento social e de partidos políticos libertários, com representação dos segmentos sociais, possa patrocinar mudança de qualidade, elegendo candidatos comprometidos com políticas públicas responsáveis, empregabilidade, respeito às organizações sociais e promotoras da Justiça Social.

(*) É Professor, antropólogo e coordenador geral do NCPAM/UFAM.

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