A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), a Casa de las Llengues (LINGUAMÓN) e a Fundação Roberto Marinho, promovem no Brasil, em São Paulo, no Museu da Língua Portuguesa, o II Seminário Global sobre a Diversidade Linguística, Globalização e Desenvolvimento, o evento inicia-se hoje (13), com abertura às 19h30 e amanha cumpre sua programação a partir das 9 até as 19h, contando com a participação de representantes dos segmentos culturais e formuladores de políticas públicas.Em Dezembro de 2008, Ano Internacional das Línguas proclamado pela Organização das Nações Unidas (ONU), foi realizado na sede da ONU, em Nova Iorque, o I Seminário Languages matter. Linguistic Diversity, Globalization and Development, organizado pela ONU e pela UNESCO para o encerramento do Ano Internacional das Línguas. O ato tem por objetivo promover o multilinguismo como um valor de coexistência pacífica e de compreensão mútua, fazendo apelo à valorização e respeito a todas as línguas do mundo no contexto da diversidade cultural.
Conscientes da importância crescente do multilinguismo nas agendas internacionais, entre diversas instituições participaram do evento representantes da LINGUAMÓN, da Catalunha, e a Fundação Roberto Marinho, do Brasil. Agora, associadas à Representação da UNESC0, essas instituições se unem para realizar o II Seminário com o tema A Comunicação e o Multilinguismo: um mundo sem fronteiras.
No contexto da celebração do Ano Internacional das Línguas, o então Diretor-Geral da UNESCO, Koïchiro Matsuura, estabelecia a ligação entre a preservação das línguas e o progresso e o desenvolvimento da Humanidade; enquanto o Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, afirmava que «a perda das línguas próprias será nefasta não só para a manutenção da diversidade cultural como também pelo desaparecimento de conhecimentos enquanto raça humana».
Nesta segunda edição, o Seminário vai se debruçar sobre os meios de comunicação como instrumentos de desenvolvimento humano num mundo globalizado, levando em conta os desafios impostos pelo multilinguismo neste cenário, o que não é tarefa trivial. O objetivo é analisar como os meios de comunicação e o multilinguismo está intimamente associado num mundo onde é cada vez mais simples mover-se e ultrapassar distâncias.
AMAZONAS, BRASIL
A literatura etnolinguística em atenção aos povos indígenas trabalha com 227 povos e 180 línguas indígenas faladas em território brasileiro. No Amazonas, onde concentra a maior população indígena do Brasil, estima-se mais de 120 mil índios, com aproximadamente 70 povos, falando cerca de 60 línguas. Esse universo cultural e linguístico encontra-se ameaçado porque o Estado tem sido omisso quanto à validação dos direitos desses povos referente à demarcação e seguridade de seus territórios, promovendo projetos de sustentabilidade das comunidades, que garanta aos povos indígenas o direito de viverem integralmente em suas terras ancestrais, celebrando sua cultura e suas prática pedagógicas educacionais sem escola.
Nesse campo de estudo, os especialista afirmam categoricamente que 38% das línguas da América do Sul encontram-se ameaçadas porque os povos foram reduzidos a grupos com menos de 600 pessoas. Valendo-se desse critério, pode-se afirmar que no Brasil encontram-se na mira do desaparecimento mais de 100 línguas indígenas, sem nenhuma proteção e salvaguarda porque não há Programa de Governo que objetive tal seguridade. Investimento este, que poderia ser feito em regime de colaboração com as Universidades e Instituto de Pesquisa com a participação efetiva das Organizações Indígenas. No entanto, os Governantes contrariam a Constituição Federal descumprindo os preceitos legais, deliberadamente, em favor das mineradoras, dos latifundiários, das madeireiras e outros predadores aliados aos interesses privatista do Estado e de seus governantes, acelerando a morte das culturas indígenas e empobrecimento da humanidade.
Site do Evento
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