quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

O CANDIRU DO MÁRCIO SOUZA DÁ O QUE FALAR

Faz parte da tradição do colunismo social provinciano oferecer no final de cada ano prêmios, comendas e outros penduricalhos as "otoridades" e arrivistas, que buscando se afirmar na Província compra títulos sociais e fazem de tudo para aparecer em notas e programas dessa espécie, não mais como papagaio de pirata, mas como personalidade do ano. Em véspera de eleição essa demanda é maior, os sorridentes são mais solícitos, favorecendo os colunistas com farto banquete e outros atrativos, estufando sua poupança. Na contramão desses costumes paroquiais, o renomado escritor Amazonense, Márcio Souza resolveu ironicamente instituir o Prêmio Candiru aos picaretas e oportunistas que ludibriam o povo do Amazonas com saque de suas riquezas promovendo tamanhas façanhas políticas, metendo a mão no orçamento público do Estado em nome do meio do ambiente, do desenvolvimento e outras piadas de salão.

O cinismo dessa gente é tão grande, que mesmo não sendo faz questão de divulgar pelo mundo “o orgulho de ser amazonense". Esse etnocentrismo doentio serve unicamente para agregar em torno de si o domínio e controle da maioria que vive nas periferias de Manaus e no interior da Floresta Amazônica narcotizados pelos instrumentos de comunicação de massa a prometer mundos e fundos aos excluídos, visando naturalmente, a compra de votos em época de eleições. Para isso começam a promover um festival de "bondade" destinando verba pública para os Festivais Natalinos, Bovinos, Clubes de Futebol, Escola de Samba, Cirandas, Igrejas Evangélicas, ONGs e outras picaretagens de natureza suspeita a merecer do Ministério Público e da Polícia Federal atenção redobrada.

Márcio Souza, como especialista da cultura política local, instituiu o Prêmio Candiru para dar visibilidade a esses vetustos senhores que se escondem atrás das instituições para assaltar a riqueza do povo do Amazonas. Veja por exemplo, a empresa Log-In Intermodal, que aliada com o Grupo Simões - Juma Participação - resolveu, com apoio do Governo Eduardo Braga (PMDB), ameaçar construir um Terminal Portuário nas imediações do nosso Encontro das Águas, maravilha esta que a natureza nos premiou e agora os salteadores querem privatizar para fazer um depósito de conteineres. A barbaridade é tão grande que nem mesmo os devotos de Santa Etelvina, que acreditam piamente na virgindade espiritual desses políticos, ficaram calados e parados.

Ninguém, ninguém mesmo acredita nesse golpe, mas, por cumplicidade partidária, corrupção e outras práticas ilícitas silenciaram alguns segmentos formadores de opinião por alimentar a expectativa de comer as migalhas do banquete da empresa Lajes Logística, que assim como a Log-In é controlada pela poderosa mineradora Vale.

Outra empresa premiada com o Candiru do Márcio Souza foi a Amazonas Energia, que em nota pública, vem esclarecer que o Ato de sortear geladeira pela mídia faz parte dos procedimentos legais promotores de pesquisa em atenção à racionalidade do consumo. É brincadeira, esses oportunistas menosprezam o conhecimento cognitivo de nossa gente e nos reduzem a condição de oligofrênico, querendo que se acredite nas leseiras que promovem orientados por um anacronismo político messiânico típico dos populistas oligárquicos da América Latina, que tudo podem e fazem para salvar o rebanho faminto dos miseráveis.

O pior de tudo é que os defensores do povo e seus coroinhas não discutem o problema em foco, mas passam atirar pedras na família do formulador da prêmio e em todo o seu júri, tentando desqualificá-los socialmente para justificar a roubalheira que estão promovendo na economia política do Estado. Tal comportamento é marca de uma cultura política populista, que muito acumula e pouco distribuem, contemplando apenas os seus comparsas e filiados para sustentar grupos, partidos e quadrilhas atuantes nos meios de comunicação de massa.

Com profundidade, o júri popular referenda e aplaudem todos e todas que foram premiados por Márcio Souza, com o Prêmio Candiru, peixinho vibrante que faz tremer o mais cartesiano e cínico dos políticos da barelândia.

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